
Durante as atividades de solda nas indústrias, agentes químicos podem ser liberados no ambiente de trabalho. Esses componentes apresentam sérios riscos para a saúde dos trabalhadores. Segundo o International Agency for Research on Cancer (IARC), os fumos de solda são classificados como possivelmente cancerígenos em seres humanos.
A formação desse risco ocorre no momento em que a solda é realizada. O fumo é proveniente de vapores e gases que desprendem-se durante a fusão. Em resumo, esses gases resfriam, condensam e, ao entrar em contato com o oxigênio, oxidam e formam propriamente o fumo de solda. Chumbo, níquel e monóxido de carbono são alguns desses agentes químicos.
Devido à relevância do tema, a extração de fumos é um assunto contemplado amplamente na legislação. A Norma Regulamentadora (NR) 9, por exemplo, destaca que as empresas devem abranger medidas que previnam a liberação ou disseminação de agentes químicos no ambiente de trabalho. A NR-15 também cita o controle de agentes químicos na caracterização de insalubridade.
Além do câncer de pulmão e de fígado, doenças como asma, infarto e problemas na pele podem ser consequência de inalação e contato de fumo de solda. Nesse ponto, vale frisar ainda a NR-3, que considera “grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador”.
Todas as empresas podem ser auditadas por fiscais do Ministério do Trabalho para verificação de inconformidades com as NR’s vigentes. Os empreendimentos que não estão cumprindo a legislação normalmente têm um prazo de 60 dias para adequação. Multas e interdições são possibilidades de penalização.
Como evitar a liberação de fumos de solda?
Os postos de trabalho em que são desempenhadas atividades de soldagem devem ser dotados de sistema de ventilação local exaustora. Esse equipamento deve impedir que a coluna de fumos de solda produzida pelas operações de soldagem alcance a área respiratória do trabalhador. O sistema deve ainda remover as fumaças aspiradas para fora do prédio.
É importante ressaltar que o uso de equipamento de proteção individual (EPI) não substitui nem elimina a necessidade de instalação de sistema de ventilação local exaustora. O uso de EPI é admissível apenas quando for comprovada a inviabilidade técnica de adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estes não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implementação, ou ainda em caráter complementar ou emergência, conforme item 9.3.5.4 da NR-9.
Confira o artigo na integra: Extração de fumos de solda: por que o tema é importante não apenas pela exigência da lei? | Sumig