Os parâmetros que se devem considerar na soldagem com eletrodos revestidos são o tipo e diâmetro do eletrodo, a polaridade, a intensidade de corrente, o comprimento do arco, a velocidade de soldagem e o manuseio do eletrodo.
diâmetro do eletrodo
O diâmetro do eletrodo, o tipo e a espessura do revestimento indicam a faixa de corrente ideal para sua utilização. Deste modo, a seleção do eletrodo deve levar em consideração a espessura do metal a ser soldado, a posição de soldagem e o tipo de junta empregado.
Um eletrodo grande demais para determinada espessura de metal de base a soldar pode causar a perfuração da peça porque o eletrodo de diâmetro maior exige uma corrente mínima mais elevada e, portanto, o calor é maior.
A soldagem nas posições horizontal, vertical ascendente ou descendente e sobrecabeça exige eletrodos de diâmetro pequeno em razão da dificuldade em controlar a poça de fusão. No caso de soldagem de juntas chanfradas, deve-se considerar a medida do chanfro para escolher um eletrodo que possa ter acesso à raiz da junta.
polaridade
A polaridade influencia a forma e a dimensão da poça de fusão, além de afetar o tipo de transferência e a estabilidade do arco elétrico. A polaridade inversa (+) produz maior penetração, enquanto que a polaridade direta (-) permite penetração menor, com taxa de fusão maior. Com corrente alternada (±), a penetração e a taxa de fusão são médias, mas existe a vantagem de poder utilizar eletrodos maiores e correntes mais elevadas. A influência do tipo de corrente e da polaridade na penetração pode ser visualizada numa figura, em que h é a penetração.
intensidade de corrente
Correntes que ultrapassam as faixas recomendadas pelo fabricante podem danificar o revestimento e ocasionara perda de resistência mecânica da junta, além de permitir a formação de respingos; no entanto, eletrodos com revestimentos espessos sem substâncias orgânicas podem suportar valores maiores de corrente. O melhor modo de saber qual a corrente adequada a um dado eletrodo é consultar as instruções do fabricante.
A posição de soldagem também é um fator a considerar quando se quer determinar a intensidade de corrente. Assim, para as posições vertical e sobrecabeça é melhor trabalhar com correntes menores, enquanto que para a posição plana é preferível o valor máximo para o eletrodo.
A corrente de soldagem é o principal fator no controle do volume da poça fusão e da penetração no metal de base; deste modo, o volume e a largura da poça de fusão, bem como a penetração, tendem a aumentar quando o valor da corrente aumenta.
comprimento do arco
Para obter uma solda de qualidade é preciso manter o comprimento do arco; na soldagem com eletrodos revestidos, o comprimento do arco é controlado pelo soldador, que deve ter a habilidade e experiência requeridas.
Um arco muito pequeno pode fazer o eletrodo colar-se à peça, devido às interrupções frequentes, originando um cordão estreito e com um reforço excessivo para a largura. Já um arco muito longo causa uma transferência sem direção ou concentração, muitos respingos e proteção deficiente da poça de fusão. De modo geral, pode-se dizer que o comprimento ideal do arco varia entre 0,5 e 1,1 vezes o diâmetro da alma do eletrodo.
velocidade de soldagem
A velocidade de soldagem deve ser tal que permita ao arco ficar ligeiramente à frente da poça de fusão. Se a velocidade for muito alta, o cordão produzido será estreito e de aspecto insatisfatório, enquanto que se a velocidade for baixa, torna-se difícil controlar a poça de fusão, resultando em um cordão largo, com mordeduras e escória dificilmente removível, além de excesso de penetração.
manuseio do eletrodo
A maneira adequada de lidar com o eletrodo é de grande importância na soldagem com eletrodos revestidos. A abertura do arco deve ser feita encostando rapidamente o eletrodo na superfície da peça e, em seguida, afastando-o até que atinja o comprimento ideal, junto à região a ser refundida e próximo do ponto inicial do cordão.
A abertura do arco junto à região a ser fundida pode ser explicada pela necessidade de evitar que a marca causada pelo eletrodo ao encostar na peça dê início ao aparecimento de trincas em materiais como aços temperáveis.
alteração dos parâmetros de soldagem
O processo de soldagem com eletrodo revestido, quando comparado com outros, apresenta relativamente poucos parâmetros com possibilidade de regulagem. Os efeitos de cada um são mostrados no quadro.
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