Artigos Engenharia de Soldagem Notícias

Saúde e segurança I e II

Introdução

Para prevenir ferimentos aos trabalhadores e danos ao patrimônio, é necessário observar com rigor as medidas de segurança durante as operações de soldagem e corte.  Para minimizar o número de acidentes e diminuir o risco de acidentes sérios, existem vários regulamentos, os quais devem ser observados pelos empregados e empregadores. Hoje em dia, já existem várias normas europeias que tratam de segurança no trabalho, porém há muito que fazer para que estas normas sejam implementadas em vários países europeus.

Como é sabido, soldagem é um procedimento com;

a) altas temperaturas;

b) radiação intensiva, UV e radiação pelo calor;

c) fumos e vapor;

d) ruído da soldagem e máquinas de corte;

e) perigos elétricos provenientes de diferentes fontes de soldagem e diversos processos de soldagem;

Estes tópicos contêm todos os riscos dos quais falaremos a respeito. O conhecimento desses detalhes é muito importante para a coordenação dos trabalhadores e para diminuir o risco de acidentes.

Existem várias razões que causam a maioria dos acidentes:

  • Falta de experiência (20%);
  • Pessoas incapazes (10%);
  • Não observar as instruções (70%);

Na Alemanha a norma mais importante de segurança para corte e soldagem é a UVV 26 / VBG 15: prevenção de acidentes em soldagem, corte e processos correlatos (código de segurança de soldagem), é válida para:

– Soldagem;

– Corte;

– Aquecimento;

– Brasagem;

– Endurecimento;

– Pulverização de metais e processos correlatos;

Esta regulamentação é emitida por uma entidade chamada “Berufsgenossenschaft” BG (Associação de Profissionais Unidos) a qual atua como uma espécie de companhia seguradora de acidentes.

As empresas são obrigadas (por Lei) a pagar contribuições para a BG.  O valor a ser pago pela empresa depende do número de acidentes que acontecem nessa empresa em comparação com a média do número de acidentes que acontecem em fábricas similares. Sendo assim, a contribuição para a BG também funciona como uma motivação para se evitar acidentes.

Os perigos mais importantes que podem ocorrer durante a soldagem e processos de corte são:

– Fogo e explosões;

– Poluição (gás, vapor, fumos, poeira);

– Ruídos;

– Radiação;

– Perigos elétricos;

– Imperícia no manuseio de equipamentos de soldagem;

Risco de fogo e explosão.

Um grande risco de fogo e explosão está relacionado ao uso dos gases técnicos para os processos de soldagem e corte. Esses gases são armazenados em cilindros de gás comprimido, em forma líquida, dissolvida ou comprimida. Estes cilindros são produzidos de acordo com normas para armazenamento e expedição para vasos de pressão e fundamentos técnicos como a EN 1089-3:

Os cilindros de gás comprimido devem ser rotulados com as seguintes informações:

1.  – Risco e regras de segurança;

2.  – Rótulos com símbolo de perigo;

3.  – Fórmula do gás;

4. – Identificação do gás;

5. – Número do CE (Comissão Europeia para elementos químicos);

6.  – Regras adicionais de segurança;

7.  – Informação do fabricante;

8.  – Nome, endereço e número de telefone do fabricante;

As garrafas são pintadas em cores específicas para identificação.

Todos os cilindros de gás comprimido devem ser inspecionados regularmente. Os intervalos são os seguintes:


Existem regras especiais para o uso, armazenamento e transporte dos gases. Os gases mais largamente utilizados em soldagem e aquecimentos são:

– Oxigênio O2;

– Acetileno C2H2;

– Propano C3H8;

O conhecimento dos gases é importante para a segurança no local de trabalho.

Oxigênio.

– Oxigênio é mais pesado que o ar;

– Oxigênio não tem cor, odor ou gosto;

– Oxigênio não é inflamável, mas não existe fogo sem ele;

Isto quer dizer que com o aumento da porcentagem de oxigênio no ar (normalmente o teor de oxigênio no ar é de 21%) todos os materiais são facilmente inflamáveis, a velocidade de combustão é bem mais rápida e a temperatura de combustão é mais alta.

Por esse motivo, nuca use oxigênio para ventilação,

– Refrigeração;

– Limpeza de máquinas e equipamentos;

– Soprar poeira de roupas;

– Testar estanqueidade de tanques e vasos de pressão;

Óleo, gordura, glicerina e outros materiais, podem queimar com o oxigênio comprido, após atingirem a temperatura de ignição.

Acetileno:

Acetileno é mais leve que o ar. Para tubos, equipamentos e acessórios não é permitido usar materiais ou ligas com mais de 70% de cobre. Caso contrário pode-se formar o explosivo acetileno-cobre. Se for comprimido a uma pressão acima de 1,5 bares e aquecido ao mesmo tempo, pode dissociar-se em carbono e hidrogênio por explosão. Isso causa aquecimento que eleva a pressão e faz com que o cilindro de gás comprimido e tubos de acetileno explodam.

Entretanto, se isso ocorrer por:

– Reversão de fluxo na tocha;

– Aquecimento externo;

– Fogo na válvula do cilindro ou no redutor de pressão;

a temperatura na superfície do cilindro aumenta, os gases emergentes contêm carbono e fumaça e têm odor anômalo.

Neste caso você tem coisas importantes para fazer:

1. Fechar a válvula do cilindro;

2. Leve o cilindro de gás para um lugar seguro e o resfrie com água em abundância;

3. Não reutilize o cilindro. Tempo de observação mínima de 24 horas. Marque o cilindro. Informe o fornecedor.

4. Na Alemanha, toda explosão ou incêndio de cilindros, deve ser notificada ao BG e ao Instituto do Governo;

Prevenção de incêndio

Incêndios relacionados a operações de soldagem e corte, são geralmente causados pelo descuido em não manter o material combustível fora da área de trabalho. Raramente ocorrem incêndios em instalações de soldagem permanentes. A maioria dos incêndios envolvem equipamentos portáteis em áreas indevidamente isoladas ou protegidas. Se o trabalho pode ser realocado, deverá ser dirigido a um local seguro, como uma cabine a prova de fogo para corte e soldagem. Se o trabalho não puder ser transferido do local perigoso, não deverá ser executado o procedimento de soldagem até que a área seja protegida.

Procedimentos de soldagem ou corte não devem ser executados em atmosferas potencialmente explosivas, as quais contenham misturas de gases inflamáveis, vapor, líquido, poeira ou perto de estoque de materiais inflamáveis. Geralmente, a distância considerada segura para soldagem em área de material combustível é de no mínimo 10 metros.

Se a realocação dos materiais inflamáveis for impraticável, os mesmos deverão ser protegidos com capas à prova de fogo ou protegidos com escudos de metal, telas ou cortinas de asbestos. As bordas das capas deverão ser seladas para prevenir a entrada de faíscas. Telas portáteis são usadas como isolamento de operações de soldagem e corte para a proteção do pessoal contra radiação, respingos e faíscas.

Pisos combustíveis de áreas de serviços temporários de soldagem devem ser varridos e em seguida protegidos com metal, ou outro material não combustível. O piso poderá ser protegido com areia úmida ou simplesmente molhado. Tanto para soldagem como para o processo de corte, sempre será necessário o uso de equipamentos que produzem arco elétrico ou chamas. Eu outros processos, nosso trabalho produzem faíscas (como por exemplo, esmerilhamento), escória quente, chamas secundárias e calor. Todos esses elementos são capazes de iniciar a combustão de materiais inflamáveis e de certos gases.

Exemplo de soldagem em um prédio com matérias inflamáveis na área:

Exemplo de soldagem em vaso de pressão:

Alguns detalhes importantes:

a) passagem na parte superior do vaso;

b) ventilação e proteção respiratória;

c) base isolante;

d) acesso para fontes de energia para solda e corte;

e) iluminação de 24 V ou no máximo 42 V.

f) trabalho sempre monitorado (para socorro rápido)

g) retirar ferramentas e equipamentos de soldagem ao término do turno ou trabalho e observar a presença de fogo, quando necessário;

Conteúdo para a licença de trabalho em vasos de pressão, espaços confinados, estreitos etc.:

– Identificação do vaso, tamanho e conteúdo;

– Interrupção de qualquer conexão;

– Lavagem do vaso (como);

– Análise do ar (resultado);

– substancias perigosas ainda existentes (quais);

– Medidas adicionais realizadas (quais);

  Poluição (gás, vapor, fumos, poeira).

Por causa das muitas variáveis envolvidas na geração de fumos e gases provenientes de processos de soldagem a arco elétrico e processos correlatos (processos de soldagem e eletrodo revestido, metal base, revestimentos no metal base e outros possíveis contaminantes no ar), teremos que tratar deste assunto de maneira generalizada, agregando as situações de maior periculosidade.

Apesar das considerações sobre saúde variarem de acordo com a composição dos gases e fumos, as precauções que especificaremos serão válidas para tudo. Novamente, só depende de você e do seu bom senso.

Os fumos contêm partículas sólidas provenientes dos consumíveis, metal base e do revestimento do metal base. Dependendo do tempo de exposição a esses fumos, muitas das reações causadas são temporárias, as quais incluem sintomas como, ardência nos olhos e na pele, tonturas e febre. Fumos de zinco, por exemplo, pode causar a “febre do soldador”, uma doença temporária que é parecida com a gripe.

Longos períodos de exposição aos fumos de soldagem podem causar siderose (depósito de ferro nos pulmões) e afetar as funções pulmonares.

O Cádmio, entretanto, é outra história. Este metal tóxico pode ser achado em revestimentos de peças de aço ou em soldas de prata. Os fumos de Cádmio podem ser fatais, mesmo em curtos períodos de exposição, com sintomas parecidos com a “febre do soldador”. Porém, não devemos confundir os sintomas. Vinte minutos soldando com a presença de Cádmio pode ser suficiente para causar fatalidades, com sintomas aparecendo depois de uma hora seguido de morte cinco dias depois.

Os gases provenientes dos processos de soldagem a arco elétrico também apresentam perigo em potencial. A maioria dos gases de proteção (argônio, hélio, dióxido de carbono) não são tóxicos, mas quando liberados, deslocam o oxigênio do ar, causando tonturas e perda da consciência e até morte dependendo do tempo que o cérebro ficar sem oxigênio.

Por outro lado, o calor e a radiação ultravioleta, podem causar irritação nos olhos e pulmões.  Alguns compostos desengraxantes como tricloroetileno e percloroetileno, podem se decompor com o calor e com a radiação ultravioleta provenientes do arco elétrico. Portanto, processos de soldagem a arco elétrico não devem ser executados nas proximidades de locais onde são realizadas operações de desengraxamento. Processos de soldagem como CAW, TIG, MIG/MAG, devem ser especialmente evitados nesta área porque emitem mais radiação ultravioleta que outros processos.

Também é importante lembrar que ozônio e óxido de nitrogênio são formados quando a radiação ultravioleta entra em contato com o ar. Estes gases podem causar dores de cabeça, dores no peito, irritação nos olhos e coceira no nariz e garganta.

Existe uma maneira fácil de reduzir o risco do perigo provenientes dos gases e fumos. Mantenha a cabeça fora da área de formação dos gases. Parece óbvio, mas a concentração de fumos e gases é mais concentrada nesta área, o que pode causar excesso de exposição. Além disso, use ventilação mecânica ou exaustor local próximo ao arco para direcionar os fumos para longe da sua face. Se isso não for suficiente, será necessário instalar exaustores fixos ou móveis para extrair os fumos do ambiente. Finalmente, talvez seja preciso usar algum dispositivo de proteção respiratória aprovado caso não seja possível fornecer ventilação suficiente (veja a seção: requisitos de ventilação para área de soldagem e tipos de exaustores).  Como regra básica, se o ar está visualmente limpo e você se sente confortável, então provavelmente a ventilação está adequada para o seu trabalho.

Os perigos para a saúde respiratória, associados às operações de soldagem, ocorrem principalmente por inalação de gases, poeiras e fumos de metais. O tipo e a quantidade de fumos tóxicos encontrados em um ambiente de soldagem dependem do tipo de soldagem que está sendo executado, do metal de base e do metal de adição utilizados, contaminantes no metal base, solventes contidos no ar e do fluxo de ar ou ventilação na área.

Boa ventilação é o segredo para se evitar ou minimizar os perigos para a saúde respiratória.

Para garantir a saúde e segurança no local de trabalho, existem padrões que estipulam valores limites para a maior concentração admissível para substâncias como gás, vapor e partículas no ar, para longos períodos de trabalho, serviço repetitivo, ou mesmo para a jornada de trabalho regulamentada de 8 horas por dia, considerando que não seja muito perturbador e que não prejudique a saúde dos empregados, na jornada de trabalho de 40 horas semanais.

Este padrão é representado por:

  1. peso por m3 de ar (mg/m3);
  2. volume por m3 de ar, ppm (partes por milhão = cm3/m3);

De acordo com o código alemão de segurança em soldagem (UVV 26/VBG 15), aplica-se a tabela a seguir para processos de soldagem com metal de adição.

O modo de ventilação é classificado em 3 diferentes tipos:

F = ventilação natural (sem dispositivos técnicos)

T = ventilação técnica (exemplo: exaustor montado no teto)

A = extração direta na área de origem dos poluentes (exemplo: chaminé de exaustor sobre a tocha de soldagem).

O tipo de ventilação que deverá ser aplicado depende do tempo médio de soldagem. Se o tempo de arco aberto ou o tempo de chama do processo oxiacetileno não ultrapassar mais que meia hora por dia ou duas horas por semana, considera-se curto período de soldagem (k), mas se este tempo de soldagem for maior, considera-se longo período de soldagem (l).

Os efeitos dos gases e fumos no ar atmosférico podem ser bem diferentes. Alguns deles podem ser venenosos para o sangue e impedem que as partículas vermelhas do sangue absorvam oxigênio, o que pode causar sufocamento. Este tipo de envenenamento é causado tipicamente por NO2 e CO.

Se a porcentagem de oxigênio da atmosfera cair de 21% para 8% ou menos, também pode causar sufocamento. Isso pode acontecer em ambientes fechados, como por exemplo em uma sala ou dentro de um vaso de pressão, onde a concentração de gases pode expulsar o ar e consequentemente diminuir o oxigênio.

Perigo do barulho.

Hoje, muitos estudos comprovam que várias pessoas que estiveram envolvidas com construção de estruturas metálicas de qualquer tipo, tiveram problemas de audição quando envelheceram. Isso é causado pelo trabalho contínuo em ambiente ruidoso. Problemas de audição não têm cura.

Existem duas boas razões para se usar protetores auriculares:

  1. manter faíscas ou lascas de metal longe dos ouvidos;
  2. prevenir a perda de audição, resultante do trabalho próximo a equipamentos de solda a arco, fontes de energia e processos de corte por goivagem ou por plasma.

O tempo e o número de vezes que você fica exposto a altos níveis de ruído, determinam a extensão dos danos causados a sua audição, portanto evite exposição repetitiva ao ruído. Se não for possível reduzir o nível de ruído na sua origem (movendo o equipamento ou se deslocando, utilizando escudo contra ruído etc.), então você deverá usar protetores auriculares adequados. Se o ruído na área de trabalho se tornar desagradável, causando dores de cabeça, desconforto nos ouvidos, você provavelmente estará causando danos a sua audição, sendo assim, deverá colocar imediatamente os protetores auriculares. Em função disso, devemos nos preocupar em reduzir os ruídos de fabricação e tentar eliminá-los onde for possível.

Alguns processos e dispositivos de soldagem produzem ruídos, como por exemplo:

 – Corte a plasma;

– Queimadores grandes com um orifício no bocal;

– Remover escória com martelo, ou com dispositivo pneumático;

– Esmerilhamento, retificação (com ferramenta elétrica ou pneumática);

– Goivagem;

– Conversor de soldagem (motor gerador)

Uma densidade de som maior que 85 dB (A) pode causar um problema na audição.

Alguns exemplos para diferentes níveis de ruído:

Processo 111 – 85 a 95 dB (A)

Processo 311 – 75 a 92 dB (A)

Processo 121 – 75 a 85 dB (A)

Processo 111 – 85 a 95 dB (A)

Processo 135 – 90 a 95 dB (A)

Goivagem à chama 80 a 90 dB (A)

Corte a chama 88 a 95 dB (A)

Goivagem a arco com eletrodo de carbono 110 a 120 dB (A)

Rebitadeira 110 a 120 dB (A)

Martelamento dentro de vaso 120 a 135 dB (A)

Prevenção contra ruído.

– Usar máquinas e dispositivos com o mínimo de emissão de ruído (cobri-las com capas ou compartimentos anti-ruído);

– Medir a emissão de ruído em diferentes áreas do ambiente de trabalho;

– Tentar minimizar os eventos que produzem ruído e reuni-los em uma zona específica do ambiente de trabalho;

– Designar zonas de ruído com sinalização adequada;

– Fornece meios de proteção contra ruído para o pessoal, como protetores auriculares;

Perigo da Radiação.

É essencial que seus olhos estejam protegidos contra a exposição por radiação. Radiação infravermelha é conhecida como responsável por causar catarata e queimaduras na retina.  Uma breve exposição à radiação ultravioleta pode causar queimaduras no olho. Mesmo que após várias horas esta condição não seja aparente, ela pode causar extremo desconforto e resultar em inchaço, secreções e cegueira temporária.

Normalmente, os sintomas são temporários, entretanto, exposições prolongadas e repetitivas podem causar danos permanentes aos olhos.

Melhor do que apenas não olhar para o arco (obviamente, uma prática impossível para quem solda todos os dias), a única medida preventiva a ser tomada é usar a correta proteção para os olhos. Consulte a tabela para seleção de lentes de proteção com a numeração recomendada para os vários processos de soldagem.

Máscara tipo capacete ou tipo escudo manual, oferecem proteção completa contra radiação proveniente do arco elétrico.

As lentes protetoras são fixadas em janelas feitas nas máscaras, para permitir fácil remoção e substituição. A seleção de luvas adequadas também deve ser observada para se prevenir a exposição contra radiação.

Radiação ótica.

Radiação ótica é causada por fontes de luz natural ou artificial. O comprimento de onda varia entre 200 a 4000 nm (1nm = 10-9 m).

São divididas em:

Radiação ultravioleta

Comprimento de onda de 200 – 380 nm;

– é geralmente absorvida pela córnea;

– Queimadura nos olhos (curto período, reversível);

– Causa vermelhidão na pele (queimadura de sol);

Radiação visível (Luz)

Comprimento e onda de 380 – 780 nm

– Alta intensidade de radiação, ofusca a vista (olhos reagem automaticamente)

Radiação Infravermelha

Comprimento de onda 780 – 4000 nm

– 780 – 1400 = similar à luz visível

– 1400 – 4000 nm = longos períodos de exposição podem causar cegueira;

Guia para lentes protetoras.

  • Como regra, comece com uma lente escura suficiente para não permitir enxergar a zona de solda. Em seguida vá diminuindo o grau de proteção para uma lente que permita enxergar a zona de solda sem cair abaixo do mínimo. No processo Oxi-gas, tanto para soldagem como para corte, onde a chama produz uma forte luz amarela, é desejável usar uma lente com filtro que absorva o amarelo ou a linha de sódio visível na luz (espectro) da operação.
  • Esses valores são aplicáveis quando o arco está bem visível. A experiência diz que filtros mais leves podem ser usados quando o arco está escondido pela ferramenta de trabalho.

Perigos elétricos:

Em processos de soldagem elétricos o perigo em relação à corrente é altíssimo. Uma boa precaução é o isolamento elétrico. Luvas de couro e botas de segurança são muito eficazes nesses casos devido à elevada resistência elétrica que esses materiais apresentam.

Além de um isolamento adequado de todos os cabos e máquinas de soldagem, em alguns casos, precisa-se usar máquinas de soldagem com tensão de circuito aberto limitada.

A tensão de circuito aberto não pode exceder, a qualquer ajuste e comutação das fontes de energia e utensílios adicionais entre os pontos de ligação das linhas de soldagem, os valores máximos são mencionados na tabela seguinte:

Os valores indicados acima são requeridos pelas regras de segurança europeias.

Além disso, as fontes de energia para trabalhos de soldagem sob elevado perigo eléctrico devem ser marcados com S.

Definição de elevado perigo elétrico

Espaço confinado (local estreito)

Estamos falando de espaço confinado (quarto), no sentido do aumento do perigo elétrico quando de solda a arco oposta a partes condutoras (por exemplo, paredes, pisos, grades, tubos) puderem ser tocados simultaneamente, ou quando ficar em pé for impossível.

Estamos falando de um evento no qual pelo menos uma das dimensões da sala (comprimento, largura, altura, diâmetro) for inferior a 2 m.

Limite de movimento no condicionamento do trabalho (dobrar-se, sentar-se, deitar-se ou inclinar-se), faz com que se torne arriscado o contato do corpo humano; – especialmente o tronco – com peças condutoras elétricas nos arredores (paredes, tubos, terrenos).

Lugares úmidos / presença de água

As roupas de trabalho ficam úmidas ou molhadas, adquirindo características elétricas, ou seja, tornam-se condutores. Isso se dá também em lugares abertos, com umidade elevada.

Lugares quentes / abafados

As roupas de trabalho ficam encharcadas de suor, adquirindo características elétricas, ou seja, tornam-se condutores.

Em cada um dos casos acima mencionados elevamos o perigo eléctrico e, portanto, deve-se usar fontes de alimentação com tensão de circuito aberto limitada.

O efeito da corrente depende de:

– Tipo de corrente;

– Intensidade da corrente;

– O modo no qual a corrente atravessa do corpo humano;

– Tempo efetivo.

Aplica-se:

– Corrente alternada é mais perigosa que corrente contínua;

– Quanto maior a intensidade de corrente, maior o perigo elétrico;

– Corrente longitudinal é mais perigosa que corrente transversal (veja a imagem);

– Qualquer influência acima de 0,3 s é crítica.

Modo no qual a corrente atravessa do corpo humano (imagem):

a) corrente longitudinal


Causas em relação aos tipos/estágios de corrente:

– Estágio 1: 0 mA – 25 mA -> pequena irritação, brasagem muscular – normalmente não mortal;

– Estágio 2: 25 mA – 80 mA – > às vezes, ataque cardíaco ou insuficiência;

– Estágio 3: 80 mA – 5 A – > morte pelo espasmo do coração – Estágio 4: > 5 A -> parada cardíaca

Erros no manuseio dos equipamentos de soldagem:

Antes de iniciar qualquer operação de soldagem a arco elétrico, deve-se realizar uma inspeção completa do equipamento. Isto levará de 5 a 10 minutos do seu tempo, é muito para prevenir algum acidente que possa acontecer com você mesmo ou com algum colega de trabalho?

Para o soldador:

– Todas as conexões estão devidamente apertadas, incluindo a terra?

– O alicate do eletrodo/tocha e os cabos de soldagem estão em boas condições?

– As configurações estão de acordo com o trabalho que você está prestes a começar?

Para a máquina de soldagem movida a motor a combustão:

– Está tudo correndo bem?

– Todos os cabos estão apertados?

– A tampa de combustível está fechada?

– Está vazando gasolina ou óleo do motor?

Para o trabalho em geral:

– As condições da área de trabalho, tais como: as precauções normais de segurança podem ser observadas? Existem equipamentos especiais (equipamentos de solda, equipamentos de proteção, equipamentos de segurança) ou procedimentos a serem usados?

– Há cabos no tamanho ideal para o seu trabalho?

– Eles estão espalhados para executar perfeitamente o objetivo e evitar o superaquecimento?

– O cilindro de gás está corretamente conectado?

– O cilindro é seguro?

– Você tem acesso estável e fácil ao objetivo de seu trabalho?

– A forma de conduzir o trabalho é segura?

– Existe isolamento suficiente entre o seu corpo e a peça de trabalho?

– Existe ventilação adequada na sua área de trabalho?

Se o perigo é sério e não pode ser corrigido facilmente, tal como uma ligação frouxa ou um cabo danificado que tem de ser substituído, desligue a fonte de energia. Chame um técnico ou um eletricista.

Manter a área de trabalho ao seu redor limpa é tão importante quanto manter o seu equipamento. Talvez até mais, já que o risco de lesão é amplificado quando há um grupo maior de pessoas envolvidas. Você pode ter inspecionado o seu equipamento e achado que estava OK, mas todo o seu cuidado não importa quando, por exemplo, um colega de trabalho atravessa sobre o seu cabo, fazendo com que você e / ou as pessoas ao seu redor, possam se ferir por choque, metal quente, ou por queda.

Mantenha todos os seus equipamentos, cabos, conexões, cilindros, etc. fora de qualquer rota de tráfego, tais como portas, corredores e escadas. Uma boa prática é evitar a desordem e limpar a sua área de trabalho! Não somente para proteger a si mesmo e aos outros, mas você vai achar que é muito mais fácil para você trabalhar e de forma eficiente.

Avalie a área em que você estará trabalhando, verifique se está cria ou aumenta o nível de perigo para você, portanto, exija procedimentos especiais ou equipamentos. Fatores como a segurança elétrica, ventilação de fumos e risco de incêndio/explosão podem ser evitados.

Proteção pessoal:

As precauções atuais variam de acordo com o trabalho a ser realizado, mas, em geral, a roupa de proteção deve permitir a liberdade de movimento, proporcionando uma cobertura adequada contra queimaduras de faíscas, respingos de solda, e radiação do arco. Muitos tipos de roupa irão protegê-lo da exposição à radiação ultravioleta, que aparece como uma queimadura na pele (muito parecido com queimadura solar). Sob as piores condições, no entanto, queimaduras graves e câncer da pele podem resultar de radiação excessiva.

Por causa da sua durabilidade e resistência ao fogo, roupas de lã são sugeridas ao invés dos sintéticos (que derretem quando expostos ao calor extremo) ou o algodão, a menos que seja tratado de forma especial para proteção contra incêndio. Se possível, mantenha suas roupas livres de graxa e óleo, pois essas substâncias podem inflamar e queimar sem controle na presença de oxigênio.

Evite arregaçar as mangas e as barras da calça, porque fagulhas ou metal quente podem ficar presos nas dobras; é aconselhável usar as suas calças sobrepostas às botas de trabalho, não dobrado, para obrigar as partículas a caírem nas botas. Durante o trabalho, sugerimos couro com biqueira de aço (especialmente quando se está fazendo trabalho pesado).

Outras vestimentas de proteção para o trabalho pesado ou situações especialmente perigosas inclui: roupas resistentes à chama, aventais, perneiras, luvas de couro, capas para ombro e capa para a cabeça usadas ​​sob a máscara.

Luvas resistentes à chama feitas de couro devem sempre ser usadas para proteger as mãos de queimaduras, cortes e arranhões. Além disso, enquanto elas estiverem secas e em boas condições, irão oferecer isolação contra choques elétricos.

Esse texto foi traduzido por alunos da fatec-sp
torne-se um engenheiro ou um especialista internacional de soldagem IIW IWE IWS

Entre em contato por: +55 (11) 91713-0190 / 96378-0157 / treinasolda@infosolda.com.br / Infosolda@infosolda.com.br

SHARE
RELATED POSTS
Palestra do Prof. Marcus Gimenes no 21° Congresso de Tecnologia FATEC-SP
A soldagem de alumínio é tóxica?
Infosolda Responde

Deixe seu comentário

*