Mercado

Demanda por máquinas é a pior da história

A indústria fabricante de máquinas e equipamentos paralisou 25% da capacidade de produção por falta de encomendas.

O tempo que as empresas levam para entregar toda a carteira de pedidos, por sua vez, caiu de 22 semanas, em 2010, para 15. Se ele é menor, é porque a demanda recuou.

Esses dois indicadores alcançaram em outubro os piores níveis da história, alerta a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). A organização representa 4.500 empresas fabricantes de bens de capital no país –algumas já viraram importadoras.

“Mostramos os indicadores a Guido Mantega [Fazenda] por duas vezes em novembro. Eles mostram que vamos ter problemas para crescer em 2013”, diz José Velloso, vice-presidente da entidade.

A situação no interior da indústria de bens de capital, já conhecida pelo governo, apareceu nas estatísticas oficiais do PIB divulgadas pelo IBGE anteontem.

Além de um crescimento tímido de 0,6% da economia, a taxa de investimento, indicador que mede os desembolsos para a construção de imóveis e fábricas e para a produção de máquinas e caminhões, caiu 5,6% no terceiro trimestre ante igual período de 2011.

Três problemas, segundo o IBGE, explicam a redução: queda das importações, dos investimentos na construção civil e da produção interna de máquinas e equipamentos.

Embora o conjunto da indústria tenha crescido 1,1% no trimestre, o segmento de bens de capital naufraga.

“Taxa de investimento é sangue na veia da indústria de máquinas. O setor só vende quando a indústria investe, e o investimento da indústria está caindo”, diz Velloso.

APETITE BAIXO

A letargia da indústria de bens de capital ameaça o desempenho do PIB em 2013. A previsão da Abimaq é de crescimento de 2,5% em 2013. O governo acredita em 4% ou 4,5%. A falta de encomendas para essa indústria indica que o apetite para o investimento ainda é baixo.

No terceiro trimestre de 2012, a taxa de investimento sobre o PIB alcançou 18%. Há um ano, era de 20%.

O Programa Brasil Maior, considerado a política industrial do governo Dilma Rousseff, tenta, sem sucesso, impulsionar o investimento ao nível de 21% do PIB. O remédio do governo tem sido a política de desonerações, que devem ser mantidas em 2013.

A ministra do Planejamento, Mirian Belchior, disse, anteontem, que o governo tem R$ 15 bilhões para bancar as desonerações, embora reconheça que a injeção em 2012 não tenha surtido efeito.

Enquanto isso, a indústria de bens de capital demitiu 9.000 trabalhadores no período de um ano.

Fonte Folha de São Paulo

Gráfico

SHARE
RELATED POSTS
3rd IIW EUROPEAN SOUTH AMERICAN SCHOOL OF WELDING
Processo seletivo
Exposol Rio XV em Outubro de 2013

Deixe seu comentário

*