Processo de solda de alumínio TIG é complexo, mas pode ser simplificado ao conhecer e aplicar as dicas certas
Se você conhece a solda de alumínio, sabe como o processo é diferenciado quando se compara a outros materiais, como aço com baixo carbono e aço inoxidável, já que demanda um trabalho bem minucioso para que o resultado seja satisfatório.
Por si só, o alumínio é um metal elegante e que possui um brilho único. Muito além disso, sua durabilidade é bem elevada, o peso é pequeno e a integridade é excelente em baixas temperaturas, o que o torna ideal para a produção de caminhões e trailers, componentes de barcos e tubulações de criogenia.
Ao mesmo tempo em que apresenta essas vantagens, ele precisa ser soldado com muito cuidado e atenção, e o processo TIG (Tungsten Inert Gas, ou Tungstênio inerte gás), também chamado de GTAW (Gas Tungsten Arc Welding, ou soldagem a arco com eletrodo de tungstênio e proteção de gasosa), é o melhor para este material.
Se a prática já te trouxe algumas dificuldades ou mesmo se ainda não tiver se deparado com essa necessidade, mas quer estar preparado para a solda de alumínio TIG, então veio ao lugar certo. Confira as dicas que separamos e otimize o processo!
Como realizar a soldar de alumínio TIG com máxima qualidade no processo?
Tanto nas técnicas quanto na prática, a soldagem de alumínio não é das mais simples, de fato, porém, ter os conhecimentos certos ao seu lado é fundamental para otimizar o processo. Veja só:
Seja paciente
A primeira dica não necessariamente fala sobre técnica, mas sim sobre a prática. Por ser um metal diferenciado e delicado, é preciso que a solda de alumínio seja feita com calma e atenção.
A soldagem MIG (Metal Inert Gas, ou Metal inerte gás), também conhecida como GMAW (Gas Metal Arc Welding, ou soldagem a arco elétrico com eletrodo de metal e proteção gasosa), por exemplo, é muito mais rápida que a TIG, porém não é eficaz e nem recomendada em materiais com espessuras abaixo dos 8mm.
Especificamente, o metal de adição é adicionado na poça de fusão no momento que o soldador aciona o gatilho da tocha de solda, o que naturalmente diminui sua temperatura e, portanto, prejudica o processo de fusão e a penetração no metal.
Por este motivo, para se utilizar tal processo, é indispensável que se faça um pré-aquecimento do material de base de no mínimo 100º C, podendo ser maior de acordo com a espessura do metal de base.
Com a solda TIG ou GTAW, é possível controlar quando o metal de adição será adicionado, o que traz um maior controle sobre a poça e, assim, garante a penetração adequada no alumínio. Logo, mesmo que seja mais demorado, os resultados são bem melhores.
Escolha a corrente ideal para evitar a oxidação do alumínio
É comum que alguns operadores não percebam que a soldagem de alumínio criam uma fina película de oxidação, cujo ponto de fusão é aproximadamente três vezes maior que o próprio metal de base.
Portanto, o processo de solda de alumínio deve ser feito em corrente alternada (AC), pois assim a direção do fluxo da corrente mudará continuamente durante a soldagem, o que atua como um processo de limpeza capaz de remover a oxidação e, assim, ajudar na formação da poça de fusão.
É importante se dizer que materiais com espessuras acima de 6mm é ideal de fazer um pré aquecimento (mesmo no processo GTAW) para uma maior facilidade no rompimento dessa barreira de óxidos e formação da poça de fusão.
Controle a proporção dos ciclos positivo e negativo na soldagem
Quando a solda é feita na polaridade AC, há tanto um ciclo negativo (EN, ou Electrode-Negative), considerado como o “ciclo de soldagem” no AC, quando uma porção positiva do ciclo (EP, ou Electrode-Positive), capaz de ajudar na limpeza e na remoção da oxidação.
Em equipamentos modernos de solda, é possível controlar a proporção entre os ciclos de acordo com o que se está vendo na poça de fusão. Ao invés do padrão de 50% para EN e 50% para EP, pode-se optar por outros valores para um controle mais preciso da soldagem de alumínio.
Durante a solda, se pequenas manchinhas pretas apareceram na poça de fusão, este é um sinal de que a proporção precisa ser ajustada. Neste caso, reduzir o ciclo EN e aumentar o ciclo EP deve ser suficiente para remover a oxidação.
Regular o ciclo negativo para baixo para aumentar a ação limpante da solda pode ser necessário especialmente quando se está soldando um material que esteve em serviço ou exposto a determinados elementos e, por isso, desenvolveu uma camada espessa de óxido que não foi completamente removida durante sua preparação.
Porém, isso deve ser feito com cautela, pois aumentar o ciclo EP leva a maioria do calor para o tungstênio e, por isso, pode fazer com que a ponta do eletrodo retorne, o que afeta a capacidade de controlar a direção do arco e, por consequência, de posicionar a solda corretamente.
Defina a frequência de saída da corrente alternada
Outra maneira de facilitar a solda de alumínio é definir a frequência de saída da corrente alternada, o que também pode ser ajustado facilmente em equipamentos de soldagem modernos.
A frequência de saída corresponde a quantas vezes por segundo a polaridade da fonte de energia é trocada por segundo. Mensurada em Hertz (Hz), equipamentos antigos geralmente chegavam a 60Hz, mas os modernos costumam ser configurados em 120Hz de fábrica.
Quanto maior é a frequência de saída, mais estável o arco se torna, o que garante soldas estreitas e com maior controle direcional.
Uma dica interessante é usar frequências de saída de 150 a 250Hz para materiais mais finos, de modo a ter maior precisão, e reduzí-la para 80 a 120Hz em materiais espessos. Assim, a solda será alargada e o processo facilitado.
Escolha a amperagem ideal para a solda de alumínio TIG
Nas soldas TIG, a amperagem é controlada com um pedal ou com os dedos da mão, mas uma dica valiosa é controlar a amperagem máxima diretamente no equipamento. Via de regra, para cada milésimo de polegada na espessura do material, use 1 ampere.
Sabe aquele visual nas soldas que se parece com o de moedas empilhadas? Pois bem, se quiser obtê-lo durante a soldagem de alumínio, uma boa dica é usar mais metal de enchimento.
Quando ele é adicionado, o resultado é um resfriamento na parte traseira da poça de fusão, exatamente o que produz esse visual. Inclusive, quanto mais metal for adicionado, maior será a intensidade dessas “linhas”.
Solda de alumínio TIG: um processo complexo, mas essencial
O alumínio é um metal que traz suas dificuldades para os soldadores, mas é preciso estar preparado para saber como lidar com ele, já que nunca se sabe quando você terá que colocar este tipo de conhecimento em prática.
Confira o artigo na integra: SOLDA DE ALUMÍNIO TIG: como garantir a excelência? – Boxer (boxersoldas.com.br)