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A união de chapas por meio de adesivos tem assumido um papel significativo na confecção de produtos, uma vez que, ao contrário do que ocorre nos processos mecânicos e térmicos, as peças a serem unidas não são afetadas. Em principio, as juntas coladas eram irreversiveis, o que podia dificultar o reparo de componentes assim unidos. Entretanto, a instauração de politicas de sustentabilidade e reciclagem levou à necessidade de se desfazer essas uniões, da forma mais fácil possivel e sem geração de residuos. Este trabalho aborda o conceito de ativação térmica externa (irradiação por micro-ondas ou aquecimento por indução) que inicia a reação exotérmica de substâncias da matriz do adesivo, permitindo o seu descolamento.
A s vantagens inerentes à aplicação de adesivos estru- turais, em comparação com outros tipos de união que alteram as ca- racterísticas dos materiais envolvi- dos, têm levado à substituição de processos como soldagem e rebi- tagem. Entretanto, a dissolução de juntas de adesivos constitui um problema, uma vez que requer a utilização de muitos materiais e aplicação de esforços mecânicos; além disso, frequentemente as uniões são de dificil acesso Ba sicamente, a sua desconstrução pode ser feita a partir de
- Separação mecânica exemplo, usando equipamen- tos de corte;
- Separação termomecânica por pirolise ou fragilização criogê- nica, com separação mecânica subsequente.
- Separação química usando solvente ou reagentes (incha- mento, ataque ou degradação química do polimero), ou pela inserção covalente de pontos de fratura na matriz do adesivo (por exemplo, pela reação de Retro-Diels-Alder)
A maioria dos adesivos usados em uniões coladas que se rompem facilmente não é adequada para aplicações (semi)estruturais
Esse trabalho foi fundamentado no desenvolvimento de um adesivo estrutural que pudesse ser degrada- do pela ação de um aditivo atívável pelo “aperto de um botão”, per- mitindo a ruptura da união colada mediante esforço minimo e gerando a menor quantidade de resíduos possivel Isso foi feito pela com- binação de aquecimento (ativacto) e degradação. O aporte de calor aplicado no adesivo usado na união de componentes polimericos é feito pela irradiação de micro-ondas, uma vez que um fluido iónico é in- corporado ao adesivo, aumentando a sua absorção de micro-ondas. No caso de peças metálicas unidas por adesivo é utilizado o aquecimento por indução. Em ambas as variantes de aquecimento a energia introduzida faz com que os componentes incorporados ao adesivo reajam e iniciem sua pirólise parcial. Os gases liberados pela reação ajudam a se- parar as partes unidas.
Fluidos iônicos para a ativação
Os fluidos ônicos são constituidos por sais que apresentam ponto de fusão acima de 100°C; principal- mente por cations orgânicos.com cadelas laterais assimétricas, bem como anions orgánicos (figura 1). Eles frequentemente apresentam entalpias de formação fortemente positivas, o que faz com que sua de- composição libere energia na forma de calor.
Pela absorção de energia e liberação de calor durante a decomposição do fluido lónico pode-se degradar a matriz do adesivo, bem como iniciar a decomposição dos componentes a ele incorporados. A escolha dos fluidos iônicos adequados para auxiliar o processo de descolamento foi embasada em um estudo sobre a faixa de decomposição e de entalpia de sete tipos de fluidos comercializados, à base de sais de 1-butila-3-metilimi- dazolium ou de 1-etila-3-metilimida- zolium, com diferentes anions, për calorimetria diferencial de varredura. Considerando a solubilidade do adesivo, a influência do fluido iónico sobre a temperatura de transição vitrea da resina epóxi e as caracteris ticas dielétricas em termos da absorção de micro-ondas, foi selecionado o nitrato de 1-etila-3-metilimida- zolium (nitrato de [EMIM], [EMIM] NO), particularmente adecuado para a aplicação em questão.
Aditivos para o descolamento
Agente gerador de gás Os agentes geradores de gas ou de expansão são substâncias quimicas
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que se decompõem gerando grande volume de gases inertes. Sua decomposição deve ocorrer de forma não-explosiva, de maneira relativamente lenta, e a liberação dos gases promove a formação de tensões internas no adesivo, causando danos mecânicos à matriz polimérica. Essas substâncias são geralmente aplicadas na fabricação de espumas.
Foram analisados diversos agentes geradores de gás conforme a sua adequabilidade, em função de critérios como, por exemplo, a compatibilidade com o sistema de adesivos, a estabilidade a longo prazo e características térmicas. Foram considerados, entre outras substâncias, agentes de expansão usados na indústria de plásticos, tais como a azodicarbonamida (A.D.C.) e o 4,4′-oxibisbenzenosulfonilhidrazida (O.B.S.H.), bem como compostos como o azotetrazolato de guanidio (G.Z.T.) e a dinitramida de guanil-u- réia (FOX12).
Oxidantes
Os oxidantes são compostos que liberam oxigênio durante a sua de- composição, o qual pode ser usado para promover a degradação da matriz de adesivo no interior do cor- dão de colamento . Neste caso é necessário considerar particularmen- to a compatibilidade desse aditivo com os adesivos à base de resina de epóxi. Existem diversos compostos à base de amônia (por exemplo, nitrato ou perclorato de amônio) que não podem ser usados, uma vez que os endurecedores à base de amina frequentemente utilizados nos processos de colagem reagirão com os íons de amônio dos oxidantes, transformando-se em sais de amônio e tornando-se ineficazes para a cura do adesivo.
Devido asso, foi feito um estu- do sobre a dinitramida de potássio (K.D.N.). Trata-se de um dos agentes oxidantes mais ricos disponíveis no mercado, com 38,6% de oxigênio, que, pela introdução de nitrogênio ligado intramolecularmente, proporciona capacidade de expansão conforme a atuação dos agentes geradores de gás.
Caracterização da resistência mecânica e ao envelhecimento da junta colada
Foi usada uma resina de éter de deglicidila de bisfenol A/F, a qual continha apenas 3% em peso de ácido silícico, um agente pirogênico, para a formulação tixotrópica, e uma poliéterdiamina, como agente de cura. Assim, puderam ser evitadas reações com caráter exotérmico entre substâncias pirogênicas e estabilizadores, pigmentos ou agentes similares eventualmente contidos na formulação. Esse sistema de cura a frio apresenta tempo de processamento longo e baixa geração de calor durante a reação, evitando assim que os componentes pirotécnicos sejam ativados prematuramente.
Os ensaios de resistência ao cisalhamento sob tração foram feitos conforme a norma técnica DIN EN 1465, usando cinco corpos de prova de aço DC04 (número de material 1.0338) com dimensões de 100 x 25 x 1 mm e sobrepo- sição de 12,5 mm, processados sob temperatura ambiente após desengraxamento e jateamento com corindon (coríndon branco, com granulometria entre 180-250 microns) das superfícies a serem coladas.
Essa materia foi retirada da Revista corte e conformação – Junho | Ano 2017 confira tudo na integra: https://www.arandanet.com.br/revista/ccm/edicao/2017/junho
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