Por Liliane Bortoluci
Ainda que num ritmo menor que o desejado, os sinais de retomada da atividade econômica no País são claros: crescimento do PIB, inflação abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central, taxa básica de juros de volta ao patamar dos países em desenvolvimento. Este último fator merece destaque, já que juros baixos devolvem às famílias sua capacidade de consumo e, às empresas, a de investimento produtivo, o que tende a criar um círculo virtuoso e impulsionar o crescimento do Brasil acima dos 2% previstos para 2020.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) alcançou 96,3 pontos em novembro, maior nível desde maio de 2018. O indicador em médias móveis trimestrais avançou de 95,3 para 95,5 pontos. Da parte da indústria de bens de capital mecânicos também chegam boas notícias. A ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos acaba de divulgar que, em outubro, as vendas de máquinas e equipamentos tiveram incremento de 1,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, puxadas principalmente pelo mercado interno.
Em resumo, estes indicadores apontam que o cenário econômico melhorou e cada ator precisa fazer sua parte. Do lado do governo, é esperado que o equilíbrio das contas públicas proporcionado pela aprovação da Reforma da Previdência se reverta na retomada dos necessários investimentos em infraestrutura. Do lado da iniciativa privada, é preciso fortalecer a indústria para continuar produzindo mais e melhor.
Exemplos de ações pontuais não faltam, como o recente acordo assinado entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) para impulsionar a inovação em empresas de todos os portes. As medidas, voltadas para execução de projetos nas áreas de inovação, digitalização de processos e internacionalização devem beneficiar 3 mil empresas. Por sua vez, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) anunciou no início de novembro ter superado a marca de 800 projetos de inovação que unem a indústria e a pesquisa, e que beneficiaram 566 empresas de todos os portes.
O último Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontou que a indústria de transformação foi um dos segmentos que puxaram a geração de empregos formais no País em outubro, com a criação de quase 9 mil novas vagas. Fortalecer a indústria, portanto, é fortalecer a economia, a geração de emprego, renda e consumo.
Liliane Bortoluci é diretora da Informa Exhibitions, promotora da FEIMEC – Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos, de 5 a 9 de maio, no São Paulo Expo.