Artigos Notícias

AWS D1.1 Edição 2025: Mudanças Cruciais no Tratamento Térmico Pós-Soldagem e Correção de Erro Histórico

nova edição da norma AWS D1.1/D1.1M:2025 introduz alterações significativas no tratamento térmico de alívio de tensões (PWHT/TTAT), com aprimoramentos técnicos, organização mais clara e – finalmente – a correção de um erro de cálculo persistente desde 2015 que afetava diretamente aplicações no sistema métrico.

Neste artigo, destacamos as principais mudanças e seus impactos práticos para engenheiros, inspetores e fabricantes.


1. Reorganização Conceitual e Terminológica

  • Edição 2020: Usava o termo genérico “Tratamento Térmico de Alívio de Tensões” (Stress-Relief Heat Treatment).
  • Edição 2025: Adota a nomenclatura “Tratamento Térmico Pós-Soldagem para Alívio de Tensões” (Postweld Heat Treatment for Stress Relief – PWHT), alinhando-se às práticas globais.

A cláusula 7.8 (PWHT) foi reestruturada em três seções principais:

  1. 7.8.1 – Aços não recomendados para PWHT
  2. 7.8.2 – Requisitos de procedimento
  3. 7.8.3 – Temperaturas e tempos de patamar

Essa divisão facilita a consulta e harmoniza a norma com referenciais como a ASME Seção IX.


2. Principais Mudanças Técnicas

2.1. Aços Não Recomendados para PWHT (Item 7.8.1)

  • Antes (2020): Listagem de aços específicos por ASTM (ex.: A514, A517).
  • Agora (2025): Classificação por processo de fabricação, abrangendo:
    • Aços temperados e revenidos (Q&T)
    • Processados termomecanicamente (TMCP)
    • Aços auto-revenidos (QST)
    • Aços endurecidos por precipitação (PH)

Impacto: Norma mais adaptável a novos materiais. Para casos onde o PWHT é essencial, os parâmetros devem ser validados pelo fabricante do material e engenheiro responsável.

2.2. Exigências Ampliadas para Procedimentos (Item 7.8.2)

Agora é obrigatório um procedimento escrito de PWHT com:

  • Temperatura inicial do forno
  • Taxas de aquecimento/resfriamento
  • Temperatura e tempo de patamar
  • Localização e quantidade de termopares
  • Método de aquecimento (forno, indução, manta elétrica, etc.)

Objetivo: Maior rastreabilidade e controle de qualidade, especialmente em aplicações críticas.

2.3. Ajustes Operacionais

  • Temperatura máxima de inserção no forno: Aumentada de 315°C (600°F) para 430°C (800°F).
  • Diferença permitida entre termopares: Ampliada de 65°C para 85°C (mudança discreta, mas relevante).

3. Correção do Erro Histórico no Cálculo Métrico (Item 7.8.2.6)

Desde 2015, a norma exigia no sistema métrico:

*”260°C/h dividido pela espessura em milímetros”*

Problema: A unidade °C/h ÷ mm gerava valores absurdamente baixos, forçando o uso do mínimo de 55°C/h – uma inconsistência clara com o sistema imperial (500°F/h ÷ pol).

Solução (2025):

*”700°C/h dividido pela espessura em centímetros”*

Resultado: Equivalência técnica entre sistemas métrico e imperial, eliminando erros em projetos e auditorias.

Outras atualizações neste item:

  • Taxa máxima de resfriamento: 260°C/h → 280°C/h
  • Temperatura final de registro: 315°C → 430°C

4. Remoção de Restrições para Aços Q&T (Item 7.8.3.2)

A edição 2025 elimina a exigência de temperatura máxima para aços temperados e revenidos, oferecendo maior flexibilidade operacional.


Conclusão: Norma Mais CLARA, PRÁTICA e TECNICAMENTE SÓLIDA

As mudanças na AWS D1.1:2025 trazem:
✔ Correções de erros persistentes (especialmente no cálculo métrico)
✔ Organização mais intuitiva dos requisitos
✔ Flexibilidade ampliada sem comprometer a segurança

Ação Necessária: Empresas e profissionais devem revisar procedimentos, WPS e rotinas de controle térmico para garantir conformidade, evitar retrabalhos e riscos em aplicações críticas.

SHARE
RELATED POSTS
Estruturas e propriedades dos metais puros 2
Plasma x Laser: Qual tecnologia de corte é melhor?
Cilindro de oxigênio industrial: conheça as principais características e suas aplicações
1 Comentário
  • Ronaldo Adriano Capote Soares
    novembro 7, 2025 at 6:35 am

    Good morning , have nice day jobs .

Deixe seu comentário

*