A documentação técnica é um conjunto de registros de inspeção, relatórios e certificados referentes a todo o conjunto ou subconjunto fabricado; é elaborada para atestar que o produto final seguiu fielmente as determinações do projeto original e também tem a finalidade de fornecer ao proprietário dados a respeito do processo de fabricação do produto, dos materiais utilizados e da qualificação dos trabalhadores envolvidos na fabricação, a fim de facilitar os trabalhos de manutenção futura desse produto. A este trabalho dá-se o nome de rastreabilidade do produto, ou seja, o conhecimento e registro de todas as etapas de fabricação e seus conteúdos.
data book
As informações contidas na documentação técnica fazem parte de um documento único, chamado “data book” ou pasta de documentos, que contém todos os documentos gerados durante a fabricação e acompanha o equipamento como se fosse uma parte da venda. Tanto a forma quanto o conteúdo dos documentos apresentados podem ser fundidos ou ampliados, conforme a necessidade do usuário.
A lista dos documentos que compõem o “data book” são, além do desenho do projeto e pela ordem de preenchimento, a lista de material/peças (LMP), o roteiro de fabricação (RF), plano de corte (PC), instrução do processo (IP), plano de soldagem (PS), certificado/registro de qualificação de soldador ou operador de soldagem (CRQS), especificação de procedimento de soldagem (EPS), qualificação de procedimento de soldagem (QPS), acompanhamento do procedimento de soldagem (APS), relatório de registro de resultado (RRR), relatório de não- -conformidade (RNC) e controle de desempenho de soldadores/operadores de soldagem e radiografia (CDS).
Documentação inicial
A documentação técnica relativa à fabricação em escala industrial por soldagem pode ser dividida em três fases: documentação inicial, documentação de fabricação e documentação final.
A documentação inicial consiste basicamente dos documentos de engenharia de projeto e das especificações de trabalho, normas e códigos e procedimentos que devem reger a construção e operação do equipamento.
documentos de engenharia de projeto
Os documentos de engenharia de projeto abrangem os desenhos de fabricação e a lista de material; os desenhos de fabricação determinam as dimensões do equipamento e as exigências de fabricação, tais como tratamento térmico, procedimento de soldagem e requisitos de ensaio; a lista de material baseia-se nos desenhos de fabricação e indica o tipo, as dimensões e a quantidade de material necessários ã fabricação.
códigos e normas
Os códigos e normas dizem respeito às regras gerais do projeto, emprego dos materiais, fabricação, inspeção e testes, e são elaborados por comitês de associações ou instituições nacionais e internacionais, como por exemplo: ASME (American Society of Mechanical Engineers – Sociedade Americana dos Engenheiros Mecânicos), AWS (American WeldingSociety-Sociedade Americana de Soldagem), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), ASTM (American Society for Testing and Materials – Associação Americana de Testes e Materiais), DIN (Deutches InstitutfürNormung- Instituto Alemão de Normalização), API (American Petroleum Institute – Instituto Americano de Petróleo). As normas não são incluídas na Pasta-de documentos.
especificações
As especificações geralmente são fornecidas pelos usuários do equipamento e podem conter requisitos suplementares aos códigos, diretrizes de fabricação e projeto, de maneira que esses equipamentos sigam um certo padrão dentro da planta onde irão operar; em algumas situações, as especificações fornecem regras gerais de conjunto tais como: fundações, tubulações, códigos de identificação.
procedimentos
Os procedimentos são experiências e técnicas conhecidas pela empresa (em inglês “know-how”) e devem ser aprovados pelo comprador.
Os procedimentos dizem respeito à maneira pela qual as normas serão tratadas e usadas; são elaborados de maneira simples e prática como um roteiro, eliminando informações desnecessárias, e adaptando-se ao produto que será fabricado.
Como exemplo de adaptação cita-se um procedimento de tratamento térmico, cujas normas especificam faixas de temperaturas e tempos, mas que também apresenta aos operadores dados precisos a respeito das características do forno e do ambiente.
Outro fator relevante a considerar é a especificação do comprador do equipamento que pode exigir uma temperatura superior à do código de fabricação. O processista deve, então, elaborar um procedimento capaz de fundir as duas especificações com as condições de fabricação a que o equipamento será submetido.
Link Relacionado:
Soldagem – Coleção tecnológica SENAI – 1ª ed. 1997