As principais variáveis do processo são a corrente de soldagem, o tempo de soldagem, a pressão de soldagem e o eletrodo.
corrente de soldagem
A corrente de soldagem tem maior influência do que os outros fatores; a corrente alternada ou a contínua podem ser utilizadas na soldagem por pontos, por costura e por projeção. A corrente contínua é utilizada em aplicações que requerem alta intensidade de corrente porque a carga pode ser balanceada em três fases; a corrente contínua é utilizada também para reduzir as perdas no circuito secundário.
Em relação às variações de intensidade de corrente, a densidade da corrente pode variar na interface da solda; um aumento do diâmetro do eletrodo ou da dimensão projetada da solda diminui a densidade de corrente e o calor de soldagem, o que pode causar um significativo decréscimo nas propriedades mecânicas da solda. Excessiva densidade de corrente causa expulsão do metal fundido, resultando em vazios internos, trincas na solda e menores propriedades mecânicas. No caso de soldas por pontos e por costura, excessiva intensidade de corrente provoca um superaquecimento do metal e base e resulta em profundo entalhe nas peças e rápida deterioração dos eletrodos.
tempo de soldagem
O tempo de soldagem determina o calor total, desde que os outros parâmetros permaneçam constantes.
A taxa de aquecimento deve provocar uma adequada resistência da junta soldada e os eletrodos não devem sofrer aquecimento excessivo para evitar sua deterioração. As perdas do calor são geralmente por condução, tanto no eletrodo quanto no metal de base, na região que circunda o eletrodo, e muito pouco por radiação. As perdas aumentam com o aumento do tempo de soldagem e da temperatura do metal, e não podem ser controladas.
pressão de soldagem
A pressão de soldagem é produzida pela força externa aplicada pelos eletrodos sobre as juntas e influencia o valor da resistência total por meio das resistências de contato das interfaces das peças; as peças a serem soldadas devem ser bem fixadas na região onde fará a solda, para garantir a passagem da corrente. Um aumento na pressão resulta numa diminuição da resistência das interfaces e do calor; desse modo, a corrente elétrica ou o tempo devem ser aumentados para compensar a queda da resistência.
Os eletrodos têm vital importância na geração de calor porque conduzem a corrente elétrica até as peças. No caso da soldagem por pontos e por costura, a área de contato dos eletrodos controla a densidade de corrente, o que influencia as dimensões da solda.
eletrodo
Os eletrodos para soldagem por resistência desempenham quatro funções; uma é conduzir a corrente de soldagem para a peça, sendo que no caso da soldagem por pontos e por costura, os eletrodos determinam a densidade de corrente na zona da solda; no caso de soldagem por projeção, a densidade da corrente é determinada pela forma, dimensão e número de projeções; outra função do eletrodo é transmitir força para as peças; a terceira é dissipar parte do calor da zona da solda e a última, manter o alinhamento e a posição das peças, no caso de soldagem por projeção; é necessário que as peças a soldar estejam limpas, pois óleo, graxa e sujeiras contribuem para a deterioração dos eletrodos.
O eletrodo deve ter ótima condutividade térmica, boa resistência e dureza para resistir às possíveis deformações causadas pelas forças; uma deformação nas faces dos eletrodos aumenta a área de contato e diminui a densidade da corrente elétrica e a pressão de soldagem.
As superfícies dos metais, do ponto de vista microscópico, apresentam-se como uma série de picos e vales; quando uma pequena pressão é aplicada, o contato entre metal e metal existe somente na região dos picos, que representa uma pequena porcentagem da área total, e a resistência de contato é maior; quando a pressão é aumentada, a área de contato também aumenta, resultando numa queda da resistência de contato. Em muitas aplicações, o eletrodo é mais mole do que as peças, e em consequência, uma aplicação de força no eletrodo produz um melhor contato entre este e as peças.
Soldagem – Coleção tecnológica SENAI – 1ª ed. 1997
1 Comentário
Gostei da matéria muito bom…